O Departamento de Cardiologia Pediátrica se associa aos outros departamentos da Sociedade Brasileira de Cardiologia na divulgação do adeus a um dos cardiologistas mais ilustres da nossa sociedade, o baiano Armênio Costa Guimarães, que nos deixou em 19/04/2020.
Os grandes personagens na vida correspondem àqueles que favorecem, de alguma maneira, os seus semelhantes.
Assim se conduziu Armênio Guimarães, guiado também pelo exemplo de seu pai médico Audemário Guimarães, anatomista inovador na sua época.
No seu retrospecto, graduou-se em 1956 pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, e esmerou-se posteriormente em uma formação sólida em cursos e estágios nos Estados Unidos da América do Norte, na Universidade de Minnesota e na Universidade Cornell de Nova York, para em seguida se tornar desde 1972, Professor Titular de Clínica Propedêutica Médica na faculdade de sua graduação e na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública.
Na vida universitária honrou seu cargo acadêmico, e até se tornar Professor Emérito em 2008, contribuiu na formação de gerações de estudantes e médicos, ávidos por seus ensinamentos. Nessa trajetória esmerou-se em maior conhecimento científico que resultou em inúmeros trabalhos científicos, nacionais e internacionais.
Era vinculado a várias sociedades médicas no Brasil e no exterior, ao American College of Cardiology, Sociedades Portuguesa e Argentina de Cardiologia, além da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia e à Academia de Medicina da Bahia.
Como procedimento correlato constante, possuía uma qualidade humana distinta, que o colocava em posição de grande destaque humanístico. Sua atenção às pessoas era notória, em verdadeira entrega de si próprio, em solicitudes e participações conjuntas, que o colocava em saliente posição humana.
Assim, Armênio se consolidou como pessoa humana completa em conhecimento e na ética, na colaboração laboral, no equilíbrio emocional, na sabedoria e parcimônia.
A cardiologia brasileira lamenta sua perda dentre aqueles melhores da especialidade, e ainda na contribuição da prevenção dos fatores de risco cardiovascular em gestantes, crianças, adolescentes e adultos, na prevenção da obesidade e suas repercussões metabólicas, no controle primário da hipertensão arterial e prevenção secundária da doença arterial coronária.
Na compensação dessa perda, nos deixa sua filha Isabel Guimarães, que em pouco tempo já se tornou seu espelho, na continuidade da sua vida médica produtiva.
Na representatividade do seu nome, o Departamento de Cardiologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Cardiologia se sente orgulhoso de poder contar com Isabel Guimarães, já com grande contribuição na Cardiologia Pediátrica, e que certamente vai prosseguir nessa trajetória, para o engrandecimento maior ainda do seu nome.
Prof Edmar Atik pelo DCC/CP