Põe minha máscara em mim, Senhor.
Busco esconder-me na redoma do silencio de Tua imagem, meu nobre Senhor!
Pois é o instante que cingido sou por sua fleuma para eu retomar a caminhada,
Para eu ser mais um de teus semeadores do princípio que nasce do crepúsculo
E que, quando em alerta estou, vejo tua alvorada em cada fisionomia enferma.
São muitos pinceis que me tingem para eu discernir a tintura da tua aquarela,
Muitos são os grafites que riscam os pergaminhos para eu sentir o teu abraço.
Agora, pai, sereno minha máscara em teu braço esquerdo para veres a fadiga,
Mas me silencio de súbito ao me recordar de tuas dores por cada ser humano.
Descansas um pouco estes teus braços abertos e desces desta cruz, Ó Senhor.
Põe tu mesmo minha máscara em mim para eu seguir contigo a caminhada,
E presenciar mais uma tempestade ser silenciada na ressonância do teu amor.
E agora eu falarei sem máscara aos demais, verão novamente os meus lábios,
E os pacientes não somente escutarão de mim que tu estavas em toda labuta,
E presenciaremos a cristalinidade da tua luz em cada lagrima, em todo abraço.