No estudo PERISCOPE, 360 diabéticos com doença arterial coronária foram tratados com pioglitazona ou glimepirida por 18 meses. O tratamento com pioglitazona provocou maior redução dos triglicérides (TG), maior aumento do HDL-C e menor progressão de placas ateroscleróticas coronárias avaliadas por ultrassom intravascular. Regressão substancial do ateroma, comparado à progressão, associou-se a maior aumento do HDL-C e maior redução dos TG e da relação TG/HDL-C. Em análise multivariada, os efeitos da pioglitazona sobre a relação TG/HDL-C associaram-se significativamente a alterações no volume de ateroma. Os resultados realçam a importância de controlar a dislipidemia aterogênica nos pacientes diabéticos.

Este é um estudo caso-controle derivado do TNT, ensaio randomizado que comparou atorvastatina em dose alta (80 mg/dia) versus baixa (10 mg/dia) em pacientes com doença arterial coronária estável. Marcadores lipídicos e não-lipídicos foram avaliados em 507 pacientes que apresentaram eventos cardiovasculares maiores no seguimento de 4,9 anos e em 1.020 controles. Níveis de LDL-C, HDL-C e triglicérides foram preditores de eventos. A atorvastatina reduziu a concentração de muitos dos 18 biomarcadores não-lipídicos avaliados, independente da dose. Quase nenhum destes biomarcadores não-lipídicos, dosados no início do tratamento ou após 1 ano, foi preditor de eventos.

Leia o artigo na íntegra

Espessamento médio-intimal de carótida (EMIc) associa-se a maior risco de eventos coronários e cerebrovasculares, mas não se sabe ao certo se alterações favoráveis no EMIc refletem melhor prognóstico. Esta foi uma meta-regressão envolvendo mais de 18.000 indivíduos que analisou a relação entre alterações no EMIc médio e máximo e desfechos clínicos. Nos estudos avaliados, diferentes tratamentos provocaram reduções significativas de eventos coronários, cerebrovasculares e morte por qualquer causa, mas tais eventos não se relacionaram de forma significativa com regressão do EMIc.

Neste estudo de base populacional, análise de regressão linear múltipla ajustada para diversos fatores de confusão evidenciou uma significativa associação entre exposição à poluição urbana e espessamento médio-intimal de carótida em mais de 3.000 indivíduos entre 45 e 75 anos de idade. Os resultados reforçam outras evidências sugerindo que a poluição possa ser um fator de risco para eventos ateroscleróticos

O racional deste estudo baseia-se em dados experimentais sugerindo um possível efeito dos bifosfonatos inibindo a calcificação no sistema vascular, o que em tese poderia resultar em menor risco de eventos vasculares. A calcificação em valvas aórtica e mitral, aorta torácica e artérias coronárias foi avaliada por tomografia computadorizada em 3.710 mulheres. Em análises ajustadas para diversos fatores, o uso de bifosfonato associou-se a menor prevalência de calcificação cardiovascular em mulheres ≥65 anos, porém a maior prevalência de calcificação cardiovascular naquelas <65 anos.

Neste estudo de revisão, os autores discutem a validade de se avaliar periodicamente a calcificação de artérias coronárias (CAC) como forma de monitorar a progressão de aterosclerose e a eficácia de estratégias terapêuticas. Relatam que a progressão da CAC associa-se a muitos conhecidos fatores de risco cardiovascular, e que esta progressão se correlaciona com progressão da aterosclerose e pode facilitar a predição de eventos cardíacos futuros. Neste sentido, estratégias que inibam a progressão da CAC podem, em teoria, promover benefício prognóstico. No entanto, os autores alertam que intervenções terapêuticas (notadamente estatinas) ainda não mostraram retardar a progressão da CAC em estudos randomizados, a não ser em análises post hoc de subgrupos, e não recomendam avaliar a progressão da CAC rotineiramente na prática clínica. Além disso, os autores atentam para a necessidade de melhor definir e padronizar a avaliação da progressão da CAC.

Este estudo apresenta um novo método, não-invasivo, de se avaliar a função endotelial, através da mensuração da área transversal da artéria coronária e do fluxo sanguíneo por ressonância magnética, antes e durante exercício isométrico (handgrip), tido como fator de estresse dependente do endotélio. Em adultos saudáveis, as artérias coronárias dilataram e o fluxo sanguíneo aumentou com o estresse, ocorrendo o contrário em pacientes com doença arterial coronária. Além disso, em pacientes com comprometimento coronário uniarterial, o estresse diminuiu significativamente a área da artéria coronária e o fluxo sanguíneo da artéria com comprometimento aterosclerótico severo, ao passo que não conseguiu aumentar a área da coronária e o fluxo sanguíneo na artéria contralateral com aterosclerose discreta.

O estudo HNR (Heinz Nixdorf Recall) recrutou 4129 indivíduos sem doença coronária aparente que foram seguidos por 5 anos. Demonstra-se a validade do escore de cálcio coronário (CAC) para reclassificar os indivíduos considerados de risco intermediário pelo escore de Framingham. Indivíduos de risco intermediário com CAC <100 foram reclassificados para risco baixo e os com CAC ≥400 foram reclassificados para risco alto.

O estudo de Rotterdam recrutou 2028 indivíduos assintomáticos, idade média 69 anos, que foram seguidos por um tempo mediano de 9,2 anos. Demonstra-se a validade do escore de cálcio coronário (CAC) para reclassificar os indivíduos considerados de risco intermediário pelo escore de Framingham. Mais de 50% dos participantes de risco intermediário pelo escore de Framingham foram reclassificados. CAC >615 e <50 unidades Agatston mostraram-se apropriados para reclassificar os indivíduos em categorias de risco alto e baixo, respectivamente.

Esta subanálise do estudo MESA buscou identificar associações entre diferentes padrões de alterações lipídicas com espessamento médio-intimal (EMI) de carótida e calcificação de artéria coronária (CAC). Somente hiperlipidemia combinada e hipercolesterolemia associaram-se com aumento do EMI de artérias carótidas comum e interna, assim como com aumento da CAC.

Estudo de caso-controle prospectivo envolvendo homens e mulheres de 45 a 79 anos aparentemente saudáveis seguidos por aproximadamente 6 anos. Após ajustes para fatores de risco tradicionais, biomarcadores específicos relacionados com mecanismos oxidativos e Lp(a) associaram-se de forma significativa com eventos coronários. A adição de biomardores de oxidação ao escore de Framingham acrescenta valor preditivo de eventos coronários.

Editorial de um dos maiores especialistas do mundo em hipercolesterolemia, da Universidade da Califórnia, San Diego, EUA.

Editorial de James Forrester, um dos cardiologistas mais respeitados do mundo, do Cedars Sinai Medical Center, Los Angeles, EUA.

Este é um estudo interessante sobretudo pelo desenho inusitado: voluntários normais foram randomizados para ganhar ou manter o peso. Ao contrário dos que mantiveram o peso, os que ganharam em média 4,1 kg apresentaram aumento de gordura subcutânea e visceral, e piora da função endotelial avaliada pela diltação medida por fluxo (DMF). A diminuição da DMF correlacionou-se com aumento da gordura visceral, mas não da gordura subcutânea.