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Valsa: uma nova forma de treinamento físico na Insuficiência Cardíaca

Belardinelli et. al (2008) demonstraram em interessante estudo os efeitos da prática da dança da valsa em pacientes com insuficiência cardíaca (IC). Os autores partiram do pressuposto de que formas alternativas devem ser propostas para estimular as pessoas a se exercitarem. Nesse sentido, a dança contextualiza aspectos relacionados a interação social e diversão, além dos praticantes apresentarem mais motivação e maior adesão a prática.

Ainda não existiam dados sobre os benefícios dessa prática em pacientes com IC. Portanto, o estudo verificou o efeito da dança sobre a capacidade funcional, qualidade de vida, variáveis cardiopulmonares e vasodilatação endotélial.

Foram envolvidos no estudo 130 pacientes com IC New York Heart Association (NYHA) classe funcional II - III e fração de ejeção ventricular esquerda (FEVE) <40%. Os critérios de inclusão foram estabilidade clínica durante os últimos 3 meses e capacidade de realizar exercíico. Pacientes com síndrome coronariana aguda ou intervenção coronáriana recente, insuficiência renal (creatinina sérica > 2.5 mg/dl), anormalidades no fígado, hipertensão descompensada, limitações ortopedicas e/ou neurológicas foram excluídos do estudo.

Os pacientes foram randomizados para 3 grupos: grupo 1 (n=44) – treinamento físico supervisionado em bicicleta ou estreira a 70% do VO2 pico, 3 vezes por semana; grupo 2 (n=44) – protocolo de dança; grupo 3 (n=42) – controles não treinados. Inicalmente todos os pacientes foram submetidos a teste cardiopulmonar , ecocardigrama com doppler, protocolo de vasodilatação endotélio-dependente da artéria braquial e exame de sangue. O protocolo de teve duração de 8 semanas.

As sessões de valsa tiveram duração de 21 minutos, variando entre fases de 5 minutos rápidos e 3 minutos lentos (2vezes) finalizando com 5 minutos de recuperação. A intensidade foi monitorada e correspondente a 70% do VO2 pico. Para tanto, cada paciente dançava com um parceiro com experiencia em dança.

Os resultados demontraram que não houve diferença significativa da frequencia cardíaca média durante a dança e durante o protocolo de exercícos (111±15 vs 113±19 P= 0.59). Utilizando um analisador de gases portátil em um subgrupo de pacientes, o VO2 médio encontrado foi de 14,3 ml.kg.min, o que corresponde a um gasto calórico de 113 Kcal durante uma sessão de dança.

Os grupos exercício físico e dança apresentaram melhora no VO2 pico (16% e 18%), VO2 do limiar anaeróbio (20% e 21%), VE/VCO2 slope (14% e 15%) e VO2/W slope (18% e 19%), respectivamente. A diferença não foi significativa para todas as comparações e P<0.001 quando comparados com os controles.

A melhora na vasodilatação endotélio-dependente foi observada tanto no grupo exercício (2.6±1.3% para 5.2±1.5%; P<0.001 vs controles) quanto no grupo dança (2.2±1.4% para 5.0±1.5%; P<0.001 vs controles). Nenhuma diferença foi observada quando comparados os grupos dança e exercício (P=0.51). Mudanças no VO2 pico nos grupos exercício e dança foram correlacionadas com as mudanças na velocidade da onda de pico no final do enchimento vascular (r=0.58, P<0.001) e dilatação entotélio-dependente (r=0.64, P=<0.001).

Os grupos dança e exercício melhoraram significativamente a qualidade de vida, apresentando P<0.001 vs controles. Entretanto, essa melhora não foi significativa quando comparados os dois grupos (P=0.40). A adesão aos protocolos propostos foi maior pelos pacientes do grupo dança quando comparados ao grupo exercício (91±8% vs 77±8% P=0.02).

É visto que dançar da valsa é uma forma alternativa de treinamento físico em programas de reabilitação cardíaca, apresentando melhora em aspectos funcionais, endoteliais e qualidade de vida em pacientes com IC similares ao treinamento físico convencional.

Contribuição:

Prof. Leandro Silva
Graduado em Educação Física pela Faculdade de Tecnologia e Ciências (BA)
Especialista em Prevenção e Reabilitação Cardiovascular / InCor HCFMUSP
Colaborador da Unidade Clínica de Insuficiência Cardíaca e Transplante / InCor HCFMUSP
Ex membro da Liga de Insuficiência Cardíaca / InCor HCFMUSP
e-mail: as.leandro@globomail.com

Referências:

Belardinelli R, Lacalaprice F, Ventrella C, Volpe L, Faccenda E. Waltz Dancing in Patients With Chronic Heart Failure New Form of Exercise Training. Circ Heart Fail. 2008;1:107-114.

Link para o artigo: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19808280



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