Entrevista

Decage News - 019 (Novembro/2015)

TEMA LIVRE ORAL:

1º LUGAR – HDL-C E BAIXA TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR SÃO PREDITORES DE INFARTO COM SUPRADESNIVELAMENTO DO SEGMENTO ST EM PACIENTES MUITO IDOSOS
ALESSANDRA MENEZES CAMPOS, ANDREA PLACIDO, WLADIMIR MAGALHAES DE FREITAS, FILIPE AZEVEDO MOURA e ANDREI CARVALHO SPOSITO
Universidade de Brasília, Brasília, DF, BRASIL - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, BRASIL.

Apesar da elevada incidência e mortalidade do infarto do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST) em indivíduos muito idosos, os preditores de risco dessa coronariopatia ainda são pouco definidos. Este estudo visa identificar preditores independentes de risco em indivíduos muito idosos. Participantes com idade igual ou superior a 80 anos foram arrolados, dos quais 50 eram pacientes com IAMCSST e 207 eram livres de doenças cardiovasculares. Exames laboratoriais, clínicos e psicológicos foram realizados na admissão dos participantes. Na análise univariada, os testes t-Student e Mann-Whitney foram utilizados para variáveis contínuas com distribuição normal e não-normal, respectivamente. O teste chi-quadrado foi utilizado para variáveis categóricas. A razão de chances (OR) foi obtida por meio de modelos de regressão multivariada, usando o IAMCSST como variável dependente. O risco atribuível populacional (PAR) foi calculado para cada preditor. Valor de p <0.05 foi considerado estatisticamente significante. Baixa taxa de filtração glomerular (TFG) [OR:4.41 (1.78-10.95); p=0.001], baixo colesterol HDL [OR:10.70 (3.88-29.46); p=0.001], gênero masculino [OR:12.08 (5.82-25.08); p=0.001], sintomas depressivos moderados a graves [OR:10.00 (2.82-35.50); p=0.001], ex-tabagismo [OR:2.00 (1.05-3.80); p=0.034] e tabagismo atual [OR:6.58 (1.99-21.70); p=0.002] foram significativamente associados ao IAMCSST. Idade, diabetes, hipertensão sintomas depressivos leves, triglicerídeos e colesterol LDL não se associaram ao IAMCSST em indivíduos muito idosos. Baixa TFG e baixo colesterol totalizam mais de 50% do risco atribuível populacional nesses indivíduos. Esse é o primeiro estudo caso-controle conduzido com indivíduos muito idosos para avaliar o risco de IAMCSST. Nossos achados indicam que baixo níveis de colesterol HDL e baixa TFG são os mais fortes preditores de IACSST nesse grupo etário. Além disso, gênero masculino, tabagismo e sintomas depressivos também são preditores significantes de risco cardiovascular.

2º LUGAR - Relação entre capacidade funcional e doença arterial periférica subclínica em idosos através do índice tornozelo-braço
VERONICA HAGEMEYER, ELIZABETE VIANA DE FREITAS, ROBERTO POZZAN, MARIA ELIANE CAMPOS MAGALHAES e ANDREA ARAUJO BRANDAO
UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, BRASIL.

Fundamentos: Estudos sobre a relação da Doença Arterial Obstrutiva Periférica (DAOP) com menor capacidade funcional em idosos assintomáticos são controversos.

Objetivo: Detectar a presença de DAOP pelo Índice Tornozelo-Braço (ITB) e sua associação com variáveis de capacidade funcional do idoso.

Método: Estudo transversal com 240 indivíduos (142F/98M) ≥60 anos, divididos em dois grupos: ITB normal (n=131) e ITB alterado (n=109). Foram avaliados: fatores de risco cardiovascular, comorbidades e avaliação funcional (Força de Preensão Palmar (FPP) e teste Timed Up and Go (TUG)).

Resultados: Foram observadas menores médias de altura e FPP e maiores prevalências de tabagismo, insuficiência cardíaca e claudicação no grupo ITB alterado (p<0,05); não houve diferença para o TUG. Em análise de regressão logística multivariada, altura (OR=0,005; IC=0,00–0,37; p=0,016) e tabagismo (OR=3,235; IC=1,17–8,92; p=0,023) mostraram associação significativa com ITB alterado.

Conclusão: ITB alterado em idosos assintomáticos mostrou associação com a presença de tabagismo, menor altura e menor força muscular.

Palavras-chave: Índice tornozelo-braço. Força de preensão palmar. Assistência Integral à Saúde do Idoso. Capacidade funcional.


3º LUGAR - Perfil nutricional de idosos valvopatas hospitalizados em um instituto de cardiologia

ANA L D SILVA, ISABELA P LOYOLA, GRAZIELA A M ROQUE, TATIANA T GOMES, LUIZ A BORTOLOTTO, ANTONIO S S A LOPES e FLÁVIO TARASOUTCHI
Instituto do Coração - HCFMUSP, São Paulo, SP, BRASIL.

Introdução: A população geriátrica, cada vez mais frequente nas unidades de internação, apresenta índices elevados de calcificação e disfunção valvar. Por sua vez, a desnutrição é um achado comum nos pacientes com cardiopatia, sendo que o estado nutricional pode ser agravado pelo trauma cirúrgico, comprometendo a evolução pós-operatória, prolongando assim o período de internação. Nesse estudo, objetivou-se conhecer o perfil nutricional de pacientes idosos valvopatas internados em um instituto de cardiologia.

Métodos: Em 100 indivíduos internados na enfermaria de Valvopatias de um instituto de cardiologia, utilizou-se o índice de Massa Corpórea (IMC) e o Nutritional Risk Screening (NRS/2002) para a triagem nutricional em até 72 horas do momento da internação.

Resultados: Entre os indivíduos avaliados, 56% (n=56) pertenciam ao sexo masculino e a média de idade encontrada para o grupo foi de 71,39 ± 8,50 anos, sendo 19% (n=19) idosos longevos. A principal causa de internação foi a estenose aórtica, representando 42% (n=42) da amostra, com uma maior representatividade nos indivíduos a partir dos 80 anos (52,63%, n=10). A média de peso da amostra foi de 67,81 ± 15,11Kg, sendo o IMC médio de 25,81 ± 4,72Kg/m². Ao avaliar apenas os idosos longevos, encontramos valores inferiores para as médias de peso e IMC (62,09 ± 13,16Kg e 24,46 ± 4,17Kg/m², respectivamente). Segundo o IMC do idoso, 48% (n=48) dos indivíduos eram eutróficos, 26% (n=26) apresentavam magreza, 9% (n=9) sobrepeso e 17% (n=17) obesos. Utilizando o mesmo índice para analisar os idosos longevos, verificamos que 52,63% (n=10) eram eutróficos, 36,84% (n=7) com magreza e 10,52% (n=2) obesos. A partir da NRS/2002, pudemos constatar que 31% (n=31) dos participantes possuíam risco nutricional e, entre os longevos, o valor era de 42,10% (n=8). Considerando a amostra total, observou-se que a parcela de homens (35,71%) que apresentava risco nutricional era superior que a de mulheres (25%).

Conclusões: Podemos concluir que os idosos valvopatas internados requerem maior atenção ao seu estado nutricional, principalmente os longevos, o que pode contribuir com complicações no estado geral dos indivíduos.