Entrevista
Decage News - 017 (Setembro/2015)
Comentário sobre Artigo Original
Intervenção percutânea em pacientes com mais de 70 anos. Análise de desfechos intra-hospitalares na era contemporânea.
REV BRAS CARDIOL INVAS.2008;16(1):64-69.
Dra Clacir Staudt -Cremers 9904
Cardiologista intervencionista. Cinecors –Hospital Ernesto Dornelles e Hospital Mae de Deus.Porto Alegre – RS
A população brasileira e mundial acima de 70 anos vem crescendo nos últimos anos.
Dados observacionais da década de 90 sugerem que pacientes de mais de 70 anos de idade evoluem com maior risco de eventos quando submetidos a intervenção percutânea (ICP). Entretanto a intervenção percutânea e uma abordagem que vem crescendo muito nesta população,apesar do risco aumentado da morbi-mortalidade.
A introdução do uso de stent no fim da década de 90 modificou este cenário reduzindo a oclusão aguda e a necessidade de cirurgia cardíaca de urgência bem como o maior controle da
anticoagulação com redução de sangramentos
Este trabalho teve como objetivo comparar a incidência de complicações intra-hospitalar num grupo de pacientes com idade superior a 70 anos e compará-los com pacientes com menos de 70 anos. Foram utilizados os teste t de student e qui- quadrado para variáveis continuas e categóricas, respectivamente. Valores de p<0,05 foram considerados diferença estatística significante .Foram incluídos 296 pacientes sendo 186 (62,8%) com idade menor que 70 anos e 110 (37,2%) com idade superior a 70 anos. A maioria era do sexo masculino(60,8%vs68,2% ;p=0,45),angina estável foi o quadro clínico mais frequente (55,9%vs60%).
A artéria descendente anterior o vaso mais tratado (33,1vs 41,7%;p=0.32) bem como lesões mais complexa( tipo B e C). A media do diâmetro de stent utilizado foi de 3,11 ±0,40 e comprimento de lesão 18,4±6,2.O índice de sucesso foi alto e sem diferença estatística 96,6x97,1% p=0,97.O grupo mais idoso teve incidência de óbito maior (0,53vs1,81 p=0,06) acidente vascular cerebral (0%vs1,81 p=0,06) . Não houve infarto do miocárdio. A Insuficiência renal foi mais frequente no grupo idoso (0,0% VS2,7% P=0,02) com uso de diálise em 2/3 dos pacientes.
Conclusão:
As complicações mais frequentes na população idosa foram bem evidenciadas neste trabalho destacamos a mais frequente que foi a insuficiência renal aguda acompanhada de aumento de mortalidade por isso, os autores recomendam o uso de medidas profiláticas como hidratação, N-acetilcisteina bem como hidratação com bicarbonato de sódio pré procedimento.Outra complicação frequente foi acidente vascular encefálico no grupo idoso. Em relação as complicações menores (hematoma retroperitonial,
pseudo aneurisma e isquemia do membro inferior) não foram diferentes do
grupo mais jovem.