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Decage News - 015 (Julho/2015)
Artigo de Revisão sobre Cardiopatia Terminal em idosos
José Antonio Gordillo de Souza-SP
Roberto Dischiger Miranda- SP
Disciplina de geriatria e Gerontologia da UNIFESP-EPM
Artigo publicado em 2009 na Revista Espanhola de Cardiologia faz uma
revisão do manejo e abordagem de cardiopatia termina nos idosos. Apesar de
ser um artigo publicado há 6 anos, ele continua bastante atual
principalmente nos conceitos de autonomia e cuidadados paliativos e de fim
de vida nesta população.
Enquanto a cardiologia evolui muito em procedimentos que aumentam sobrevida
e diminuem mortalidade, na área geriátrica ou de cardiogeriatria devemos
muitas vezes focar o nosso cuidado em qualidade de vida, controle
sintomático e cuidados de final de vida, principalmente nos pacientes idosos
caracterizados como portadores de cardiopatia terminal. Este artigo aborda
de forma bastante clara e objetiva esta assunto.
Este documento foi produzido pela seção de Cardiogeriatria da Sociedade
Espanhola de Cardiologia através de um grupo de trabalho específico.
A insuficiência cardíaca é a grande cardiopatia terminal no idoso que é
abordado neste artigo. Com o envelhecimento populacional, cada vez mais
vamos nos deparar com pacientes idosos que sofrem de insuficiência cardíaca
terminal e devemos estar preparados para abordagem destes pacientes.
O artigo aborda também a presença de comorbidades e a fragilidade como
fatores importantes para serem considerados nesta população.
A abordagem dos pacientes quanto a possibilidade de um evento do tipo de
morte súbita , a colocação de cardiodesfibrilador implantável e a discussão
sobre a desativação do cardiodesfibrilador implantável na fase final da vida
e a discussão a respeito das diretrizes antecipadas de vida e a vontade de
não ser reanimado devem ser abordados nesta população. A autonomia do
paciente e de seus familiares nas decisões são importantes na manutenção da
dignidade dos pacientes.
Os cuidados paliativos nesta população tem uma importância fundamental e
devem ser realizados de forma sistemática nos idosos com cardiopatia
terminal.
O controle dos sintomas de forma adequada é fundamental nesta população. O
controle da dor (presente em até 78% dos pacientes com cardiopatia
terminal), da dispneia (muitas vezes com o uso de opióides), de depressão,
de fadiga e de todos os outros sintomas é fundamental para tentar melhorar a
qualidade de vida destes pacientes.
A abordagem geriátrica ampla e dos cuidados paliativos de todas as formas de
sofrimento destes pacientes é muito importante. A abordagem física,
psicológica , psicossocial, espiritual e a abordagem da família tanto
durante o cuidado do paciente quanto do cuidado após o óbito e do luto da
família e dos cuidadores pode melhorar muito a qualidade de vida e a
qualidade da morte destes pacient.
End-Stage Heart Disease in the Elderly
Rev Esp Cardiol. 2009;62(4):409-21