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Decage News - 012 (Abril/2015)

Disfunção Erétil
Jessica Myrian de Amorim Garcia (PE)

A disfunção erétil (DE) é o termo clínico que descreve a incapacidade persistente e recorrente para atingir e manter uma ereção do pênis com rigidez suficiente para permitir o desempenho sexual satisfatório. É uma condição altamente prevalente e afeta o bem estar físico, psicológico e assim a qualidade de vida. O fator de risco mais importante para a disfunção erétil é a idade. A gravidade da doença também se correlaciona com a idade.

Abordagem-diagnóstico
A história sexual deve determinar a gravidade, o início do problema, fatores psicossociais, e incômodos para o paciente e parceiro. Em entrevista pessoal e com questionários tentando refletir um nível de sensibilidade, origem étnica, cultural e pessoal de cada indivíduo.

1. Determinar que o problema seja DE ou outros aspectos do ciclo sexual (desejo, ejaculação, orgasmo) ou de outras causas (doença de Peyronie, estilo de vida incluindo o uso de drogas ilícitas, de qualidade de relacionamento com parceiros).

2. Determinar o início, a natureza do problema e significado para o parceiro (se aplicável). Se o paciente (com ou sem parceiro) irá seguir o tratamento.

3. Identificar se existe uma causa potencialmente reversível para a DE, medicamentos, estresse, alterações hormonais incluindo andrógeno, tireoide e hipófise, o tabaco, o uso excessivo de álcool, uso de drogas e questões específicas de cada parceiro. O perfil de testosterona deve ser avaliado na suspeita de hipogonadismo, porém o “screening” não é recomendado para todos os pacientes com DE.

4. Estabelecer uma provável etiologia subjacente com base na história clinica, exame físico e testes laboratoriais. Confirmar medicações em uso para hipertensão arterial, perfil lipídico, glicemia de jejum e HgBA1C.

A utilização de questionários pode ter benefício. Há instrumentos validados destinados a avaliação sexual e erétil. A maior utilidade destes questionários pode ser no estabelecimento de uma resposta para determinar a satisfação geral com o uso de drogas aos longo de um determinado período de tempo (4 semanas). O questionário mais comum é o SHIM.

O exame físico, testes laboratoriais assim como testes especializados (avaliação psicológica, teste vascular, testes endocrinológicos e neurofisiológicos) complementam a avaliação diagnóstica.

Tratamento
Ocorre na maioria das vezes simultaneamente com a modificação do estilo de vida e tratamento das disfunções orgânicas e psico-sexuais. Os pacientes e parceiros devem estar cientes dos riscos e benefícios dos tratamentos adequados levando em consideração as preferências e expectativas. Falhas no tratamento por via oral pode muitas vezes ser corrigidas com a reeducação do paciente sobre o uso do inibidor da fosfodiesterase 5 (iF5), uso e otimização da dosagem.

1. Terapia oral (sob demanda ou dosagem diária). Dadas as diferenças entre os agentes orais a escolha do iF5 pode ser influenciada por vários fatores incluindo a frequência das relações sexuais, as interações com alimentos e álcool.
2. Terapia de reposição de testosterona quando o hipogonadismo é documentado (testosterona isolada ou em combinação com iF5).
3. Aconselhamento sexual.
4. Terapia local (agentes intrauretrais ou intracavernosos)
5. Terapia com dispositivos a vácuo.
6. Cirurgia (implante peniano, reparação cirúrgica de Peyronie, procedimento de by-pass vascular).

Conclusões
A história cuidadosa e exame físico são elementos essenciais para o diagnóstico da DE. Sugere-se a abordagem de um tratamento individualizado, passo a passo, utilizando opções menos invasivas.

Referência
2015 CUA Practice guidelines for erectile dysfuncion. Can Urol Assoc J 2015 Jan-Feb; 9 (1-2): 23-29.

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Jessica Myrian de Amorim Garcia
Coordenadora DECAGE-PE, Preceptora dos programas de residência médica em Cardiologia e Geriatria, Especialista em cardiologia pela SBC, Mestre pela UFPE.