Esquina Científica

Decage News - 004 (Julho/2014)

Marcadores inflamatórios e de disfunção endotelial: qual o papel na predição de risco?
Eduardo Pitthan (RS)

Em conseqüência do avanço das pesquisas no campo da biologia molecular e celular, ampliou-se o entendimento dos mecanismos fisiopatológicos das doenças cardiovasculares (DCV) e como conseqüência, uma nova série de biomarcadores tem emergido como promissoras ferramentas para refinar o diagnóstico, prognóstico e guia terapêutico, associado à análise individual do contexto clínico de cada paciente. Os autores revisam os Biomarcadores para Insuficiência Cardíaca classificados pelos eixos fisiopatológicos: Biomarcadores Inflamatórios, Biomarcadores de Estresse Oxidativo, Biomarcadores de Remodelamento de Matrix Extracelular, Biomarcadores Neuro-hormonais, Biomarcadores de Isquemia de Miócito, Biomarcadores de Estresse de Miócito, Novos Biomarcadores. Neste artigo foram estudados o Fator de Necrose Tumoral– TNF-α, Interleucinas, Lipopolissacarídeos – LPS, FAS – APO-1, Pró-Calcitonina (PCT), P-seletina, Molécula Celular de Adesão Vascular – VCAM-1) A utilização desta estratégia de multimarcadores na abordagem das DCV permite a detecção da disfunção ventricular e coronariana sob a ótica dos diversos mecanismos fisiopatológicos envolvidos. O desenvolvimento rápido nas técnicas de identificação de centenas de proteínas de aplicabilidade potencial como marcadores prognósticos permitiu a incorporação de uma abordagem com multibiomarcadores na rotina clínica do atendimento de pacientes com suspeita de DCV. Este procedimento permite ao clínico, identificar com mais precisão pacientes com alto risco e que devem demandar estratégias de um manejo de cuidados intensivos. As doenças cardiovasculares apresentam um componente fisiopatológico inflamatório intenso na sua evolução, e os marcadores inflamatórios têm demonstrado poder auxiliar na predição de eventos cardiovasculares. Apesar da incorporação à rotina clínica e da validação de alguns biomarcadores estarem em estágios iniciais, apresentam para o futuro um potencial para revolucionar o diagnóstico e a predição de risco e alvo terapêutico, principalmente em pacientes com risco moderado a severo.

Bibliografia:
Eduardo Pitthan1, Oscar Morency Otto Martins2, Juarez N. Barbisan3
Revista da AMRIGS, Porto Alegre, 58 (1): 69-77, jan.-mar. 2014
http://www.amrigs.com.br/revista/edicoes_anteriores.htm