Esquina Científica
Decage News - 002 (Maio/2014)
Hipertensão Mascarada (HM)
Roberto Gamarski (RJ)
O artigo chama atenção para esta entidade que se caracteriza pela pressão arterial (PA)de consultório normal, porém persistentemente elevada quando observada pela MAPA ou MRPA. A prevalência é de cerca de 8 a 23% em hipertensos tratados , semelhante à existente na população geral não tratada. É mais prevalente em homens, idosos, casos de PA limítrofe,tabagismo, etilismo e estresse mental. São relatados estudos que demonstram haver maior lesão de órgão alvo na HM em relação aos hipertensos controlados além de uma maior incidência de eventos cardiovasculares. Ressalta ainda que, medidas de PA realizadas fora do consultório, têm superioridade preditiva para eventos cardiovasculares quando comparada com a medida de consultório, sendo a hipertensão noturna ainda superior na predição de eventos cardiovasculares.
Concluindo; após análise de principais estudos, a hipertensão mascarada parece estar diretamente relacionada com lesões em órgão alvo e com pior prognóstico cardiovascular quando comparada a pacientes normotensos ou com hipertensão do jaleco branco.
Estes dados reforçam a necessidade de avaliação da pressão arterial fora do consultório, com MAPA ou com medidas domiciliares sendo que, diante da impossibilidade de realização de MAPA em todos os hipertensos, algumas situações devem reforçar uma avaliação mais cuidadosa para hipertensão mascarada tais como normotensos com lesão em órgão alvo, hipertensos controlados com piora das lesões em órgão alvo ou na presença de comorbidades predisponentes hipertensão mascarada.
Bibliografia:
Paulo Cesar Lopes, Eduardo Barbosa Coelho, Tufik J.M. Geleilete, Fernando Nobre.
Revista Bras. Hipertens. vol.15(4):
pags 201-205, 2008