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Prevenindo a doença

Saiba mais sobre os medicamentos para a Insuficiência Cardíaca

O uso correto dos medicamentos contribuem para melhorar os sintomas causados pela insuficiência cardíaca, tais como:

• Edemas: inchaço dos membros
• Fadiga, cansaço
• Dispnéia: falta de ar

É importante que o paciente conheça algumas particularidades dos medicamentos mais utilizados, tais como:

Inibidores da ECA (inibidores da enzima conversora de angiotensina): Estes medicamentos ajudam a relaxar as artérias, reduz a pressão arterial, tornando mais fácil para o coração bombear sangue para o corpo e reduzindo a carga de trabalho do coração. Os inibidores da ECA também tem um efeito protetor sobre o coração, e pode retardar a progressão da insuficiência cardíaca. Podem causar tosse em alguns pacientes, mas seu médico deve diferenciar se a tosse é do remédio ou decorrente da própria doença. Exemplos: captopril, maleato de enalapril, lisinopril, ramipril. Podem ser tomados com ou sem alimentos.

Diuréticos: aumenta a quantidade de urina, eliminando sal e água do corpo. É utilizado no tratamento de inchaços e falta de ar. Existem dois tipos principais de diuréticos: diuréticos de alça (furosemida, bumetamida), diuréticos tiazídicos e similares (hidroclorotiazida, clortalidona, indapamida) Lembrando que a furosemida deve ser tomado longe das refeições, pois o alimento pode interferir no seu efeito. O ideal é que seja evitado o uso de diuréticos à noite para que não prejudique a qualidade do seu sono.

Antagonistas do receptor de aldosterona: No Brasil, o único disponível é a espironolactona. Impede o acúmulo de líquidos e está indicado em pacientes com falta de ar aos pequenos esforços e mesmo em repouso. Alguns estudos demonstraram redução de mortalidade e de hospitalização por descompensação cardíaca com o uso desta medicação. Os níveis de potássio devem ser monitorizados, principalmente se associado aos inibidores da ECA e/ou bloqueadores do receptor de angiotensina, pois podem aumentar com este tratamento. Alguns homens podem apresentar sensibilidade nas mamas e mesmo aumento destas, no entanto há melhora do quadro com a redução da dose ou sua descontinuação. Esta decisão deve ser discutido com seu médico, avaliando os riscos e benefícios. A espironolactona não deve ser tomada com alimentos e o comprimido deve ser engolido inteiro, sem mastigar, com água.

Digoxina: é um medicamento que aumenta a força de contração do coração, que podem ser benéficos na insuficiência cardíaca e reduz a frequência do coração para pacientes com batimentos cardíacos irregulares. Deve ser utilizado com cautela nos pacientes com insuficiência renal pelo risco de intoxicação.

Beta-bloqueadores: Na insuficiência cardíaca são usualmente utilizados em conjunto com os inibidores da ECA. Assim como os inibidores da ECA, apresentam efeito protetor ao coração, aumentando a sobrevida de pacientes com esta doença. Deve ser iniciado com doses baixas, progredindo até atingir a dose recomendada e tolerada. No início do tratamento pode ocorrer alguma piora dos sintomas antes da melhora progressiva. Exemplos: carvedilol, metoprolol, bisoprolol, nebivolol. Esses medicamentos devem ser tomados após as refeições.

Bloqueador do receptor de angiotensina (BRA): São indicados nos pacientes intolerantes aos inibidores da ECA e possuem a mesma função quanto ao papel protetor ao coração. Exemplos: Losartan, candesartan, valsartan, ibesartan. Esses medicamentos devem ser tomados após as refeições.

Vasodilatares Periféricos + Nitratos: Atuam como dilatador dos vasos sanguíneos periféricos. Em geral, são utilizados em conjunto. Podem ser os substitutos dos bloqueadores da ECA e BRA em pacientes com contra-indicação. Sua utilização levou à redução de mortalidade em afro-americanos com insuficiência cardíaca avançada. Exemplos: (Hidralazana+dinitrato de issosorbida ou mononitrato de isossorbida).

Outros: Novas medicação tem sido estudadas para a insuficiência cardíaca, entre elas, a ivabradina para controle dos batimentos cardíacos, os óleos de peixe (Omega-3) e o nebivolol para pacientes idosos, com bons resultados iniciais. Alguns pacientes também deverão ter a prescrição de anti-coagulantes (arritmia cardíaca e propensão para formação de coágulos no coração), aspirina e estatinas (infarto do miocárdio prévio ou doença nas artérias coronárias).

Lembrem-se que a adesão ao tratamento é essencial. Respeitar horários, modo de usar, doses é essencial para controlar a insuficiência cardíaca, reduzir idas às salas de emergências ou mesmo internações hospitalares e melhorar sua expectativa de vida com qualidade!

Contribuições:
Marcela Baldave Carli
Farmacêutica Hcor – São Paulo/SP

Renata Baccaro Madeu
Farmacêutica Hcor – São Paulo/SP

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