Vejo com certa modéstia os resultados do RELAX-AHF. De forma simples e cautelar, podemos concluir que: 1 – a serelaxina foi eficaz na diminuição de sintomas de dispnéia em cinco dias após infusão da droga por 48 horas, em pacientes com IC descompensada, independente da fração de ejeção e com sinais de hypervolemia; 2 – não podemos afirmar que haja influência, negativa ou positiva, da serelaxina, sobre a mortalidade destes pacientes.
É difícil assimilar a idéia de que a infusão de um vasodilatador, por apenas 48 horas, irá influenciar a taxa de mortalidade nos próximos 6 meses. E os dados do RELAX-AHF reforçam essa premissa, uma vez que os desfechos mortalidade e disfunção renal não foram nem desfechos primários e nem secundários. Além do mais, os desfechos primários, apesar de estatisticamente significativos, não foram robustos de tal forma a contrariar esse raciocínio.
Por outro lado, é mais uma droga que exerceu papel positiva na redução de um sintoma, em pacientes com IC aguda, nos quais os achados da última década não têm sido tão generosos assim.