Análise retrospectiva da incidência de câncer em idosos que usaram ou não estatinas. Usando métodos de escore de propensão para uso de estatina, quase 46.000 pares de indivíduos com características similares que recebiam/não recebiam estatina foram identificados. A incidência de câncer foi 11.37% nos paciente que receberam estatina _S. 11.11% nos indivíduos pareados que não receberam estatina (diferença não significativa).

Este estudo randomizou 83 pacientes coronarianos estáveis (idade média 63±9 anos), em uso de sinvastatina 20 mg/d, para receberem ezetimiba 10 mg/dia+ sinvastatina 20 mg/dia ou sinvastatina 80 mg/dia por 6 semanas. Ambas as estratégias reduziram significativamente os níveis de LDL-c e LDL oxidada sem haver modificações significativas em marcadores inflamatórios, argumentando contra a hipótese de que efeitos pleiotrópicos anti-inflamatórios das estatinas sejam dependentes de dose. Observou-se ainda que a associação ezetimiba + sinvastatina induziu inibição plaquetária, o que não ocorreu com a sinvastatina em alta dose.

Análise de 611 indivíduos com teste de esforço positivo e coronariografia mostrando estenoses <50%. Tratamento com estatina mostrou-se importante preditor independente de melhor sobrevida em análise ajustada para diversos fatores de confusão (HR 0,58, IC 95% 0,36-0,86, p=0,009).

Estudo de fase 3 multicêntrico patrocinado pela Genzyme Corporation e Isis Pharmaceuticals, Inc, onde 124 pacientes com hipercolesterolemia familiar heterozigótica e doença arterial coronária, em uso de terapia hipolipemiante, com LDL-C 100 mg/dL, foram randomizados para placebo ou mipomersen, um novo inibidor da síntese de apoB, mantidos por 26 semanas. O mipomersen provocou redução significativa de 28% nos níveis de LDL-c, além de diminuir o número de partículas LDL às custas principalmente de redução das subclasses de partículas pequenas.

No estudo ACCORD-Lipid, a associação fenofibrato + sinvastatina não mostrou redução de eventos cardiovasculares em pacientes com diabetes mellitus tipo 2. No entanto, nesta análise pré-especificada do subgrupo que no momento basal apresentava altos níveis de triglicérides (mediana 285 mg/dL) e baixos níveis de HDL-c (média 29,5 mg/dL), a associação fenofibrato + sinvastatina reduziu significativamente a taxa de eventos cardiovasculares em relação ao grupo que recebeu apenas sinvastatina (12,4% _S 17,3%, HR=0,69, IC 95% 0,49 – 0,97, p=0,03).

Estudo com 2462 índios americanos livres de doença cardiovascular estabelecida seguidos por um tempo médio de 5,6±1,7 anos. Em análise ajustada para diversos fatores, eventos cardiovasculares foram preditos pela presença de placa aterosclerótica na carótida, mas não pelo espessamento médio-intimal de carótida.

Estudo da coorte MESA com 5347 indivíduos (idade média 61±10 anos) sem doença cardiovascular clínica no momento basal, seguidos por um tempo mediano de 5,8 anos. Em modelos ajustados, calcificação de artéria coronária mostrou-se igualmente efetiva em prever eventos futuros naqueles com ou sem história familiar de doença coronária. Espessamento médio-intimal de carótida foi um preditor bem mais fraco de eventos futuros, apresentando mais valor nos pacientes com história familiar positiva.

Estudo com 1109 participantes com diabetes e síndrome metabólica seguidos por um tempo médio de 7,4 anos. Calcificação de artéria coronária mostrou-se um importante preditor independente de mortalidade. Indivíduos com escore de cálcio zero ou baixo apresentaram risco bastante baixo de eventos (mortalidade anual 0,3%).

Esta metanálise inclui 2.608 indivíduos de 6 estudos randomizados e controlados comparando dieta do Mediterrâneo à dieta hipogordurosa. Após seguimento de 1-2 anos, as diferenças foram pequenas, mas a dieta mediterrânea associou-se a maior perda de peso (diferença entre média ponderada -1,8 kg),redução de circunferência abdominal (-2 cm), pressão arterial sistólica (-2,2 mmHg) e diastólica (-1,8 mmHg), proteína C-reativa (-0,26 mg/l),colesterol total (-8,3 mg/dl), LDL-c (-2,5 mg/dl) e triglicérides (-17,4 mg/dl). Alterações de HDL-c favoreceram a dieta hipogordurosa (0,5 mg/dl).

Angiotomografia coronária de 64 cortes foi realizada em 513 pacientes consecutivos com suspeita de doença arterial coronária com testes provocadores de isquemia discretamento alterados ou duvidosos. Na maioria dos casos, não foram observadas obstruções coronárias significativas à angiotomografia. A detecção de coronárias normais associou-se a risco muito baixo de eventos (sobrevida livre de eventos 98% num seguimento médio de 32 ± 10 meses). Quanto maior o grau de obstruções coronárias, pior foi o prognóstico.

Em 311 pacientes submetidos a angiotomografia coronária, foram analisados 848 segmentos coronários com placas não-calcificadas ou mistas. O volume total de placa com baixa atenuação foi maior nos pacientes que apresentaram eventos cardiovasculares num seguimento mediano de 3,2 anos. No entanto, o volume de placa com baixa atenuação não adicionou informação prognóstica em relação à simples contagem de segmentos com placas não-calcificadas ou mistas.

Estudo envolvendo pacientes com dor torácica submetidos a angiotomografia coronária, angiografia invasiva e espectroscopia no infravermelho próximo (near-infrared) (NIRS) do vaso-alvo. Dentre 48 placas dos vasos-alvos, 33% apresentavam características de ruptura à angiotomografia. Comparadas às outras lesões, estas placas com ruptura apresentavam mais frequentemente placas de baixa atenuação à angiotomografia (26 ± 13% vs. 15 ± 9%, p=0,01). A NIRS detectou placas com núcleo lipídico em 75% das placas com sinais de ruptura à angiotomografia e em apenas 25% das lesões sem evidências de ruptura. Os resultados são consistentes com estudos prévios relacionando ruptura de placas ao exame invasivo com núcleo necrótico rico em lípides ao exame anátomo-patológico.

Análise do banco de dados do CTT com mais de 90.000 pacientes de estudos com estatinas controlados por placebo mostra que níveis baixos de HDL-c com 1 ano de estudo permanecem fator de risco para eventos cardiovasculares futuros independente dos níveis atingidos de LDL-c e do tratamento com estatinas.

Interessante estudo com 40 pacientes. Partículas de HDL maiores, mais maduras, associaram-se com menor volume de placa aterosclerótica e de núcleo necrótico. Partículas de HDL menores, menos maduras associaram-se com maior volume de placa aterosclerótica e de núcleo necrótico. Os resultados sugerem uma relação entre metabolismo/remodelamento da HDL e vulnerabilidade da placa aterosclerótica.

Interessante estudo com 57 pacientes. Partículas de HDL maiores, mais maduras, associaram-se com menor porcentagem da placa ocupada pelo componente de baixa densidade-placa não calcificada, presumivelmente uma área rica em lípides. Os resultados sugerem uma relação entre metabolismo/remodelamento da HDL e vulnerabilidade da placa aterosclerótica.

O peptídeo mimético da apoA-I de uso oral, D-4F, mostrou reduzir a extensão da aterosclerose e o conteúdo de macrófagos na placa em um modelo de diabetes em camundongo, em consistência com outros estudos em outros modelos experimentais. O D-4F constitui-se em promissora terapia baseada em HDL.

Esta análise envolveu pacientes submetidos a avaliações seriadas de ateroma coronário por ultrassom intravascular. Observou-se uma tendência para maior progressão da doença com a piora do controle glicêmico. A progressão foi maior nos pacientes diabéticos, e a doença progrediu mais nos pacientes com glicemia de jejum alterada do que nos normoglicêmicos.

Esta análise envolveu pacientes submetidos a avaliações seriadas de ateroma coronário por ultrassom intravascular. Observou-se uma tendência para maior progressão da doença com a piora do controle glicêmico. A progressão foi maior nos pacientes diabéticos, e a doença progrediu mais nos pacientes com glicemia de jejum alterada do que nos normoglicêmicos.

Esta análise envolveu 608 pacientes com diabetes (idade média 53 anos) submetidos a avaliações seriadas de ateroma coronário por ultrassom intravascular. Observou-se uma correlação significativa entre alterações no volume do ateroma e alterações de HBA1c, mas não com glicemia de jejum, insulina ou HOMA-IR. Reduções mais efetivas de HBA1c em associação com maiores aumentos de HDL-c e maiores reduções de triglicérides associaram-se a maior benefício em termos de limitar a progressão da aterosclerose.

GLP-1 (glucagon-like peptide-1), GIP (glucose-dependent insulinotropic polypeptide), liraglutide (análogo de GIP) e um análogo de vildagliptina inibiram a formação de placas ateroscleróticas e reduziram o acúmulo de macrófagos na placa em modelo experimental de aterosclerose em camundongo hipercolesterolêmico. Os resultados sugerem que os benefícios de terapias baseadas em incretinas possam ir além do controle glicêmico.

Nesta análise de 7 estudos prospectivos, a deficiência de vitamina D associou-se a um risco relativo de eventos cardiovasculares de 1,67 (p=0,001) num seguimento médio de quase 12 anos.

Níveis séricos de vitamina D foram obtidos de 10.899 pacientes (idade média 58 ± 15 anos), 70% dos quais foram classificados como deficientes em vitamina D. Tal deficiência associou-se a hipertensão, doença arterial coronária, miocardiopatia e diabetes, além de mostrar-se preditor independente de morte. Suplementação de vitamina D associou-se a maior sobrevida, independente de outros fatores cardioprotetores como uso de aspirina ou estatina.