Coluna
“Ninguém Morre de Véspera”
Parece apenas um simples título de um livro (nosso!), mas contém muitas verdades nas suas entrelinhas. Quem se cuida e se previne pode adiar e até evitar certos riscos para sua saúde, numa idade não muito avançada.
Os tristes fatos recentes de famosos nos assustaram e trouxeram questões no seu bojo. Poderemos morrer de causas naturais estando aparentemente saudáveis? Como pessoas que tem tudo á disposição tiveram o que tiveram?
Muitas opiniões e palpites apareceram na mídia, de “terapeutas de qualquer coisa” que discursaram e vociferaram bobagens atrás de bobagens enquanto os médicos que vimos entrevistados, foram comedidos e procuraram não espalhar o terrorismo científico, afinal era o que se esperava deles.
No nosso artigo anterior explicamos que a Sociedade Brasileira de Cardiologia decidiu acelerar ações construtivas para ajudar a população leiga a lidar com paradas cardíacas. Na verdade o que acontece é que nos eventos fatais, na sua imensa maioria têm os chamados avisos do corpo não valorizados, porque são confundidos com problemas banais. Isso tem sido constatado em todo o mundo! Como saber então? O risco zero é impossível na natureza, então surgiram os famosos check-ups gerais que muitas vezes exageram nas medidas, como por exemplo, dosar o PSA (para averiguar a próstata) em homens na faixa dos 30 anos e assim por diante.
Todo check-up deve ser direcionado pela idade, pelos hábitos de vida e finalidade, como por exemplo, o check-up para atividades físicas e esportivas. Um esportista comum, na faixa dos 40 anos que costuma correr até 10 km tem diferente abordagem daquele atleta, profissional ou não, mas que costuma correr ultamaratona clássica (100 km), o cuidado com esse último é pelo seu desgaste físico e metabólico devendo ser extremamente detalhado. Um idoso que caminha acelerado deve ser examinado em função da idade, das doenças que apresenta, das suas prováveis deficiências de audição, de visão, de equilíbrio, das artroses e artrites etc.
O que aconteceu com os famosos não dependeu só do que estavam fazendo naquele momento fatal, mas sim, do que tinham de problemas médicos, conhecidos ou não, de como levavam seus hábitos de vida, saudáveis ou não, e de como cuidavam dos seus eventuais problemas clínicos. Repito o título de um dos meus livros “Ninguém Morre de Véspera” (Ed Phorte).
Nabil Ghorayeb
nghorayeb@terra.com.br