Coluna


O colesterol muda com a atividade física?

O Dia Nacional de Controle do Colesterol, acontece em 8 de agosto com ações preventivas de orientação em 63 mil UBSs dos 5635 município de todo Brasil. Lembrando que o colesterol é uma gordura necessária para a vida, com duas partes mais conhecidas e de importância, a fração a HDL ou colesterol bom e outra a LDL, o colesterol ruim que se estiver elevada no sangue, se transforma em fator de alto risco para a aterosclerose, causa de infarto do miocárdio e derrame cerebral.

O aumento do nível do LDL pode ser de causa genética e por alimentação inadequada, rica em colesterol. A maior parte dele, cerca de 70%, é fabricado no fígado e também pela gordura dos “barrigudos”, enquanto que apenas 30% provém da alimentação. Se o colesterol ruim não for metabolizado, seu excesso pode se depositar na parte interna das artérias. O colesterol só existe nos alimentos de origem animal, ricos em gorduras saturadas como as carnes vermelhas, frutos do mar, miúdos, gema de ovo, leite integral e seus derivados, certos alimentos industrializados (embutidos) como linguiça, salsicha, salame e presunto e outros. Nenhum óleo vegetal ou azeite tem colesterol na sua composição, e por isto é totalmente desnecessário estar escrito no rotulo, “sem colesterol”.

O colesterol é fundamental para a vida, é o cimento celular, matéria prima para a fabricação da bilis, dos hormônios sexuais e da vitamina D. No sangue ele circula livremente e nas moléculas chamadas de lipoproteínas (aglomerado de colesterol, proteínas e gorduras que circulam no sangue), mas só o LDL participa da formação das placas de gordura que crescem na parte interna dos vasos sanguíneos (artérias). Já o colesterol bom, o HDL, não participa do processo de obstrução das artérias e sabe-se que tem um verdadeiro efeito protetor, porque carrega o colesterol e o leva para o fígado onde metabolizado. Portanto, quanto maior o nível do HDL, maior proteção contra a aterosclerose. O valor ideal do HDL é acima de 40 mg/dl para homens e acima de 50 mg/dl para as mulheres. Em 20 cidades, incluindo São Paulo, 40% da população tem níveis elevados de colesterol, necessitando correção eficiente.

Para corrigir o colesterol elevado no sangue é necessária a alimentação saudável e medicamentos específicos prescritos. O nível ideal do LDL é a faixa de 100 mg/dl. Pessoas de pais/irmãos com colesterol alto e outros familiares com aterosclerose, devem conhecer seus níveis de colesterol. Infelizmente a atividade física não reduz os níveis elevados do COLESTEROL.

Recomendações para elevar o colesterol bom e diminuir o ruim: atividade física eleva o colesterol bom após 12 semanas regulares e continuas, não diminui o colesterol ruim. Ao suspender a atividade física perde-se o benefício adquirido. Procure consumir alimentos saudáveis funcionais (que auxiliam no tratamento do níveis elevados do colesterol ruim): grãos, fibras e cereais (aveia, soja), frutas com casca. Nunca reaproveitar o óleo já utilizado. Diminua o consumo de derivados de leite integral, preparações à base de coco, bolachas recheadas. Leia o rótulo dos alimentos, evitando os que contêm gordura saturada, trans e hidrogenada. Coma mais grelhado ou assado ou cozido, peixes e aves sem a pele e evitando frituras. Os derivados da uva são conhecidos como alimentos que podem elevar o HDL, tanto o suco como o vinho tinto (uma taça por dia no máximo) ou alterna-los na semana. São falsos os benefícios com o consumo de limão, laranjada com berinjela e alho, casca de camarão etc, pois não diminuem as gorduras nem o colesterol ruim. Conheça seu nível de colesterol, e consulte um médico se estiver acima do normal.

Nabil Ghorayeb
nghorayeb@terra.com.br