Coluna


Um ano da Lei Anti Fumo

Em 7/08/2009 foi promulgada a Lei Anti Fumo em todo o Estado de São Paulo ficando terminantemente proibido fumar em locais fechados de uso coletivo, público ou privado.

Impressionante... recentes estatísticas mostram que, o tabagismo é responsável por 90% das mortes por Ca de pulmão, por 25% dos infartos do miocárdio, 85% das mortes por doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), 25% dos óbitos por derrame cerebral e boa parte das úlceras do estomago e impotência sexual no homem. No Brasil, estima-se que, a cada ano, 200 mil cidadãos morrem precocemente devido às doenças causadas pelo fumo (OPAS, 2002). Pesquisa da Sociedade de Cardiologia do ESP (Datafolha), apontou que 95% dos cidadãos têm total consciência de que fumar é um fator de risco para complicações cardíacas. Portanto, a alta taxa de fumantes só se explica pela dependência e pelos fatores comportamentais que dificultam o abandono do cigarro. É nesse quadro que a orientação médica/psicológica assume ainda maior importância, já que um tratamento adequado aumenta consideravelmente as chances de largar o cigarro.

Segundo a psicóloga Silvia Cury Ismael coordenadora dos Programas de Controle do Fumo do HCor - Hospital do Coração de SP e do Comitê Anti-tabaco SBC/FUNCOR nos dá várias dicas: “O cigarro está associado a mais de 50 doenças e à mortalidade prematura. Para o ano de 2030, a perspectiva de mortalidade é de 3 milhões nos países desenvolvidos e de 7 milhões nos países em desenvolvimento. Pela OMS, o tabaco faz mal em qualquer forma de apresentação. Uma sessão de Narguilé, que todos achavam saudável, equivale fumar 100 cigarros (foi proibido para menores em SP). A nicotina causa dependência e promove um efeito psicoativo: ou seja, altera o estado físico (dependência física), emocional (dependência psicológica) e altera comportamento (situações associadas ao cigarro)”.

Se estiver motivado a parar de fumar, marque uma data, use material de auto-ajuda, tome atitudes e hábitos de vida saudáveis, como por exemplo, iniciar 60 minutos quatro vezes por semana de atividade física nas modalidades aeróbias, e duas vezes por semana, fortalecimento muscular por 30 minutos. O incentivo para atividades esportivas, principalmente as coletivas, nas crianças e adolescentes, costumam afastá-las do tabagismo e outros vícios mais graves.

De acordo com o Inquérito Domiciliar sobre Comportamentos de Risco e Morbidade Referida de Doenças e Agravos Não Transmissíveis, realizado em 2002/2003 pelo INCA (Instituto Nacional do Câncer), entre pessoas de 15 anos ou mais, residentes em 15 capitais brasileiras e DF, a prevalência de tabagismo variou de 12,9 a 25,2% nas cidades estudadas. Os homens apresentaram prevalências mais elevadas do que as mulheres em todas as capitais. Em Porto Alegre, encontram-se as maiores proporções de fumantes, em ambos sexos, e em Aracaju, as menores. Essa pesquisa também mostrou que a concentração de fumantes é maior entre as pessoas com menos de oito anos de estudo do que entre pessoas com oito ou mais anos de estudo. Em relação à prevalência de experimentação e uso de cigarro entre jovens, de acordo com estudo realizado entre escolares de 12 capitais brasileiras, nos anos de 2002-2003 (Vigescola) a prevalência da experimentação nessas cidades variou de 36 a 58% no sexo masculino e de 31 a 55% no feminino, enquanto a prevalência de escolares fumantes atuais variou de 11 a 27% masculino e 9 a 24% feminino.

Nabil Ghorayeb
nghorayeb@terra.com.br