Coluna
De novo aconteceu! (I)
Triste visão da morte ao vivo e em cores, não violenta nem traumática, mais
parecia a morte do cisne... Mais um atleta se foi! No auge da força física e
da vida profissional. Nós médicos conhecedores da vida e da morte, o que
poderemos fazer?
Primeiro: EXIGIR das autoridades esportivas e políticas uma lei, semelhante
à de algumas nações avançadas, que obrigue o exame cardiológico completo:
consulta, eletrocardiograma, teste ergométrico ( feito por cardiologista
habilitado), ecocardiograma, e dosagens laboratoriais, para todos os atletas
federados, profissionais ou não, ao se registrarem para praticar esportes
competitivos. Segundo: EXIGIR a presença junto ao campo ou quadra etc de
equipe treinada e equipada com desfibriladores, para atendimento de eventual
parada cardio-respiratória. Terceiro: não esqueçamos do torcedor, que
deveria ter a segurança de que se algo anormal e grave, do ponto de vista
médico acontecer, teremos o atendimento eficiente para tentar salva-lhe a
vida.
Em nosso país, cabem nos dedos de uma mão, os clubes que realizam exames
clínicos nos seus atletas. E os organizadores? alguém conhece algum estádio
com equipes de resgate completas e funcionando com eficiência? Não posso
deixar de lembrar das academias, que tipo de segurança temos? Se algo
acontecer (sabemos que é raro)... mas e aí? Mexam-se para tornar a atividade
física saudável e de baixo risco.
Faltou lembrar do nosso atleta de fim de semana, do parque, do clube será
que passou por exames e teve a orientação de um profissional da atividade
física?
Desculpem a revolta e as inúmeras interrogações, mas poderia ser um irmão,
um pai, um tio um sei lá quem que sofreu a morte ao vivo e em cores. Todos
nós somos um pouco cúmplices. EXIGIR medidas definitivas é o que precisamos.
Podemos garantir-lhes que é possível termos essas exigências resolvidas, já
e com baixos custos.
É o que EXIGIMOS.
Nabil Ghorayeb
nghorayeb@terra.com.br