Coluna


É uma emergência! O que faço?

Recentes matérias de 17 de agosto na Folha (da qual participamos) e no Jornal Nacional da Globo de 18 de agosto, mostraram a importância do que fazer de pronto numa emergência de saúde, por qualquer um de nós. Instruções claras usadas numa hora crítica de emergência, por exemplo, em nossa casa irão salvar vidas. Sabemos evidentemente que, para um leigo acudir um mal súbito de parente, tudo fica dramático.

Isto fez com que em países como os EUA, onde as crianças e adolescentes, são as únicas pessoas que ficam em casa com parentes cardíacos e idosos, fossem instruídas por meio de cursos próprios de curta duração, a saber agir numa emergência. Nada complicado, porém eficiente. Na suspeita de angina ou infarto, quando o sintoma mais comum é a dor no peito ou nos braços ou na boca do estômago ou na garganta geralmente em aperto ou forte queimação, deixe o paciente confortável deitado ou sentado, impeça que ande (carregue-o) e afrouxe suas roupas, em seguida chame imediatamente o resgate.

Não espere para ver se a dor passa! Não dê medicamentos para serem colocados debaixo da língua e caso não tenha graves problemas digestivos, lhe dê para mastigar, um comprimido de adultos, do ácido acetil salicílico (aspirina ou somalgim ou buferin ou AAS). Esse medicamento é muito útil para ajudar a dissolver coágulos nas coronárias que se formam num infarto. Lembro que a rapidez do atendimento e internação num hospital equipado é fundamental para recuperação do infarto e de suas complicações. O ideal é não ultrapassar o tempo de seis horas do início dos sintomas, quanto antes agirmos melhor será o resultado futuro.

Ao chegar ao Pronto Socorro, o diagnóstico de infarto depende de alguns exames de laboratório. Se confirmado poderemos usar substâncias que dissolvem o trombo (coágulo) causador do infarto, conhecidas como trombolíticos ou se houver equipamento de cateterismo, será feita uma angioplastia primária ( o ideal) com colocação, dentro da coronária, de uma pequena mola (de mais ou menos 2 milímetros), o STENT. Caso nada disso possa ser feito, o paciente deve ficar no abrigo de uma boa UTI, o que é sempre desejável.

A recomendação é de que, se tiver parentes com risco potencial de problemas médicos futuros, deixe á mão os telefones que poderá precisar, tanto do seu médico e do resgate. Oriente o acompanhante do paciente, para o que fazer numa emergência. Uma última recomendação para os idosos, uma causa esquecida, mas perigosa por levar á morte, sem dúvida evitável, o engasgo por grandes garfadas de alimentos de difícil mastigação!

O que fazer: nunca dar tapas nas costas, pois o corpo estranho poderá descer mais para dentro e piorar a situação de asfixia. Para expulsá-lo pela boca, comprima fortemente o abdome/diafragma para produzir mecanismo de um fole que sopra para cima. Por hora é só, vamos continuar na próxima semana.

Nabil Ghorayeb
nghorayeb@terra.com.br