Coluna
Guerra: Cigarro x Saúde
Saúde para quem? SALVEM o Dia Mundial da Saúde, quando ainda temos a guerra
da biônica "Polícia do Mundo" contra um ditador sanguinário, continuando a
sua triste sina de matar cada vez mais, coitados civis e jornalistas
inocentes. Segundo informa a Organização Mundial da Saúde (OMS), a
mortalidade infantil no Iraque antes da atual guerra começar, já atingia o
dobro dos índices de 1990, uma a cada oito crianças morre antes de completar
os cinco anos de idade, uma em cada três está desnutrida e uma a cada quatro
iniciou sua vida abaixo do peso ideal dos recém-nascidos. O número de
inválidos e insanos ainda vagando sem rumo, conseqüência das últimas guerras
localizadas (primeira do Golfo, Bósnia, Palestina, Iraque) é incontável
E entre nós brasileiros, como se já não bastassem os problemas e a má
qualidade de saúde, o novo governo brasileiro num ato decepcionante de
servilismo, aceitou pressões incompatíveis com a opinião pública, que deseja
diminuir as mortes e sofrimentos devidos ao vício do fumo, principalmente
entre os jovens, logo na véspera do dia sete de abril, "Dia Mundial da
Saúde". Fiquei com a impressão que vivemos num outro planeta e onde os mais
pobres e necessitados liberam e países mais avançados do primeiro mundo,
dificultam o ato de fumar, porque os fumantes exigem 114% mais tempo de
internação que não fumantes para tratar de uma mesma doença, faltam 40% mais
que os não fumantes e custam 26% mais em despesas com a saúde que os não
fumantes. Enfim as velhas pressões continuam a decidir o nosso futuro, sem
dúvida sombrio na saúde.
No recém findo em Chicago, Congresso do Colégio Americano de Cardiologia,
uma das pesquisas apresentadas foi de uma cidade americana chamada Helena
(MT), que por seis meses proibiu o fumo em bares ,restaurantes e em qualquer
espaço público, o número de internações por infarto do miocárdio no único
Hospital da cidade diminuíram em 60%.Isso é incrível !!!! e ótima notícia.
Tendo em vista esses lamentáveis fatos, a Sociedade Brasileira de
Cardiologia lança um manifesto à população:
CARDIOLOGISTAS REPUDIAM A PROPAGANDA DE CIGARRO NA FÓRMULA 1
A Sociedade Brasileira de Cardiologia, que anualmente promove campanhas
nacionais educativas de promoção à saúde, repudia a propaganda de cigarros
nos carros da Fórmula-1 . Além de ser um desaconselhável incentivo aos
jovens, a publicidade em questão fere a Lei Federal 10.167, de 27 de
dezembro de 2000, segundo a qual, desde 01 de janeiro de 2003, a indústria
tabagista está impedida de patrocinar atividades esportivas e de exibir
propaganda fixa ou móvel em estádios, ginásios e autódromos.
A entidade, que representa 10 mil cardiologistas de todo o país, lembra que
o cigarro mata 120 mil brasileiros por ano. Os estudos da Organização
Mundial da Saúde estimam em mais de 1,2 bilhão o número de fumantes no
mundo, sendo 36 milhões deles somente no Brasil. A OMS projeta que, em 2020,
10 milhões de pessoas morrerão por causa do tabaco, das quais 7 milhões em
países em desenvolvimento.
Para reverter estes dados alarmantes, a Sociedade Brasileira de Cardiologia
manifesta apoio a toda providência legislativa que iniba a publicidade do
tabagismo, sobretudo entre os jovens, e reivindica aos órgãos competentes
providências rigorosas contra os infratores que se negam a retirar de seus
carros as logomarcas da indústria do tabaco. O tabagismo, além de provocar
mortes, também gera um alto custo para o governo e a sociedade no tratamento
de doenças causadas pelo mal.
Pelos motivos expostos, a Sociedade Brasileira de Cardiologia solicitou à
Agência Nacional de Vigilância Sanitária que se posicionasse de forma clara
e contundente em relação à veiculação deste tipo de propaganda nos carros de
corrida participantes do Grande Prêmio Brasil de Fórmula Um.
No domingo, antes e após o GP Brasil, voluntários e médicos da Sociedade
Brasileira de Cardiologia estiveram em frente ao autódromo de Interlagos, em
São Paulo, distribuindo folhetos informativos sobre qualidade de vida e
hábitos saudáveis.
Nabil Ghorayeb
nghorayeb@terra.com.br