Introdução
A hipertensão arterial, uma entidade clínica
multifatorial, é conceituada como síndrome caracterizada
pela presença de níveis tensionais elevados, associados a
alterações metabólicas e hormonais e a fenômenos tróficos
(hipertrofias cardíaca e vascular). A prevalência da
hipertensão arterial é elevada, estimando-se que cerca de
15% a 20% da população brasileira adulta possa ser rotulada
como hipertensa. Embora predomine na fase adulta, sua prevalência
em crianças e adolescentes não é desprezível. Considerada
um dos principais fatores de risco de morbidade e mortalidade
cardiovasculares, seu alto custo social é responsável por
cerca de 40% dos casos de aposentadoria precoce e de absenteísmo
no trabalho em nosso meio. Devido à magnitude do problema,
tem sido constante a preocupação mundial em ampliar e
aperfeiçoar os métodos para diagnóstico e tratamento da
hipertensão arterial. Assim, diante das novas aquisições
científicas e tecnológicas, tornou-se necessária a revisão
dos conceitos e indicações clínico terapêuticas constantes
do documento do II Consenso Brasileiro de Hipertensão
Arterial, produzido em 1994. Este novo documento contempla
também a moderna abordagem multiprofissional do paciente
hipertenso e a importância da implementação de estratégias
visando à prevenção primária da hipertensão arterial. O
documento do Consenso é um guia prático, que visa a ajudar o
médico e o demais profissionais de saúde no diagnóstico e
tratamento da hipertensão arterial. Assim, as recomendações
contidas neste documento deverão ser adaptadas e
implementadas de acordo com a necessidade individual de cada
paciente e o julgamento clínico do profissional de saúde.
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