CONSENSOS E DIRETRIZES

Comportamento da pressão arterial nas 24 horas

Apesar de existirem poderosos mecanismos de ajuste, a pressão arterial (PA) varia ao longo das 24h. Assim, a medida da PA, que habitualmente é feita no consultório, pode não ser representativa dos níveis pressóricos obtidos ao longo das 24h.

A medida intra-arterial da PA permite se obter valores contínuos. Entretanto, a monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) propicia a avaliação não invasiva da PA durante as 24h, a intervalos muito curtos, no ambiente natural do indivíduo e durante a execução de suas atividades habituais (fig. 1). Observam-se níveis tensionais mais elevados durante as horas em vigília e menores durante o sono (fig. 2), tanto em normotensos como em hipertensos.

Além das variações vigília-sono, inúmeros estímulos físicos e mentais, como emoções, postura, exercício físico, atividade sexual, micção e ingestão de alimentos determinam o padrão da curva de PA 4 (tab. I).

Merece destaque a reação de alarme desencadeada pela presença do médico, determinando o que se denomina efeito e hipertensão do avental branco 5. Desta forma, estas variações da PA, que ocorrem em diferentes situações ou condições clínicas, podem trazer dificuldades no diagnóstico de anormalidades pressóricas.

A MAPA permite estimar não só o valor médio das pressões arteriais sistólicas (PAS) e diastólicas (PAD) durante a vigília e o sono, mas, também, calcular índices que avaliam o grau de flutuação da PA ao longo das 24h 6 (vide interpretação).

De acordo com as variações ocorridas nas 24h, podemos obter padrões definidos de algumas das principais curvas de PA (fig. 3) 7.

O método se reveste de importância uma vez que as medidas obtidas pela MAPA mostram-se mais preditivas do envolvimento de órgãos-alvo e das complicações cardiovasculares, decorrentes da hipertensão arterial (HA), que as medidas da PA de consultório 8.

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